2.3.10





Movo-me novamente em direção ao tempo central. Tomo em minhas mãos as memórias que são minhas e por isso não hesito em usar.

A Alma em diques, sempre à espreita do novo quadrado a caminhar, espera por ventos que tornem a toada mais branda, mesmo sabendo que não passa de fantasia a realidade humana.

(Juro procurar um nexo mais claro ao olhar comum.)

Fujo cada vez mais persistente de lugares e enredos comuns, tanto já alertados pelas passadas dos pensantes magistrais, porém, a mim me parecem óbvias as fugas, assim como óbvios se mostram então, os medos e suas certezas rotineiras arejadas, lavadas e passadas.

A abstração e o traçado manco em ziguezague são ferramentas que esse ser em mim se torna hábil tradutor. Inspira-me no impróprio, como um Tolkien a criar mundos e a seus tipos e formas nomear aos detalhes mínimos.

O mar braveja, como lhe é devido, o bardo mareja como se lhe é proibido. Se assim nos diz da falta, melhor ser inteiro que completo, como sigo aprendendo do caminho.

Numa noite incerta caminho em lâminas cegas, temendo o corte imaginário que se abre quanto mais o temo. A força da vontade é mais que lenda parda.

Ainda escuto o soar da harpa trovadeira, sendo agora aprendiz dos cisnes, tragando da vida o leite, vertendo no leito a água.

Nunca se sabe como uma palavra começa, sei que talvez nunca termine, e, em findando não o faz contente, pois a palavra demora a dizer, mas nunca se alegra de calar.

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