14.2.10




Sem mais me vejo descoberto e sem porquê me agrada a inexatidão do tempo, e, de repente, o temor se faz ampulheta a se remontar antes do fim do último jorrar do último grão, da última espera.

A nau de odisseu errou ao léu e além e de chão em chão e bafo em bafo, quando se pensou terra, avistou sereno a vasta imensidão. Viver não é incerto, o mar porém...

Me curvo diante de minha verdade, mas não sem antes me cobrir de receio. Estremeço frente a meu pobres erros, mas não sem antes me atar à coragem.

Se meu compasso te espreita te fazendo balançar nas supostas consequências e consistênicas e coerências e - porquê não, sombras de decadências à vista. Não menos me balança a perspectiva sincera de uma fera mansa à acariciar a penugem do vento.

Te chamam à coragem de ser livre, camarada, aja como sempre pôde e nunca quis. Seja descrente de seus deuses para ser devoto de um novo respirar.

Feitiços, correntes e mazelas pintadas à óleo em tela suja. Tudo nada, só a sorte voa. Viver não é incerto, o mar porém...

E para todos os adeptos aos estereótipos, avatares, paladinos, deuses, demônios, arquétipos e demais representações do que pode ser que seja, um recado: Vão para a puta que os pariram.

Ternamente, claro.

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