29.6.10

O sangue é ópio (não quero mais escrever)

Aparência, constância, demência.
Segurança, lembrança, carência.
Aliança, ganância, decência.

Militância, jactância, ciência da paciência.

O pesadelo de viver coexistindo entre fazer sentido e destruir todas as verdades.
Se minha voz pulsa travada é que os diques se removem enquanto se retiram as amarras.

O pesadelo de fazer sentido numa cosmovisão mítica feita de aço e plástico bolha

Têm contemporâneo ou o moderno cristalizou como uvas passas podres? Vômito e repugnância agora passa em roliúde, viu isso leminski? O que antes o marginal fazia em segredo agora bacana paga pra assistir. Ironia, meua migo é descobrir de repente que o que você cria irônico é real e sublimou icônico, RáSiFú!

Eu acredito é na onda vaga, aquela que sempre foi e não demonstra que vai dropar e duvido muito de qualquer seriedade burra e todas essas profilaxias socráticas que infestam agora o ar.

Somos como crianças que crêem haver somente o gélido inverno ou o furor salamândrico do vasto deserto afro-oriental e vagamos entre fogo e gelo, enquanto bastava a temperança. Qual o quê!

Nâo é da nossa natureza sermos temperados, somos assim, doce ou salgados e quem diser que é diferente, pensa e aposta na medicação que altera a mente. Remédio pra tirar a idéia de pensar na dor. Isso é preguiça de trampar a cabeça, arregaça as mangas e espaireça.

Tá vendo, por isso não quero mais escrever, não sou jornalista, não sou escritor, componho minhas músicas sem escrever e pra falar a verdade só comecei esse blog, em 2006, porque ainda não sabia que sabia fazer música. Já tinha feito, mas não sabia que seria possível fazer sempre.

Não sou filósofo, nem palestrante de auto ajuda, mas sempre escrevo algo que me soa com auto ajuda, talvez por ter começado a ler, lendo paulo coelho (confissão). Hoje tenho alergia.

Olha esse post, começou como um poema, depois virou esse monstro de colagens, esse jogral de vozes que ressoam e tentam fazer algum sentido no fim do último soar do último delay, aquele que só se escuta se prestar atenção.

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