17.4.08

Marcas da arte de se viver;


Veios, caminhos, trincheiras, ladeiras, montanhas, vales e rodapés. Um velho mundo caminha em direção ao infinito azul, na claridade me destino ao girar de um cata-vento bicolor. Preces de vida em atitudes douradas pelo calor dos medos de mundos tão grandiosos de sentimentos, tudo está como sempre foi e agora assim também se faz. Mais uma vez o vento nos debruça sobre a calma água de um translúcido lago ao nos fazer refletir o mundo ao redor de nossas projeções existenciais. Será o mundo louco? Ou seria o louco, um mundo diferente da dor e da agonia de se admitir o disparate de regatear a minha liberdade de ser assim, feliz. Detalhes ocultos, os belicosos silenciadores de visão turva sentam-se ao redor da mesa para mais uma refeição silenciosamente torturante: Como poderei viver sem saída, como se o Amor fosse falta de algo que já se tem. Como saber o caminho de volta se penso em não ir, como largar migalhas sinalizando, sem olhar pra trás e ver meu sol se afastando. Saber mais do vento e da vida é viver o vendaval de formas cinéticas que salta em danças rituais ao nosso redor, caminhar em direção à paz duradoura de um coração que se despedaça para ser mais livre e forte. Minha direção é objetiva, meu passo seguro, minha liberdade esperada em minha passagem certa. Na água do medo molho os pés em atitude reflexiva pra logo depois sujar de novo no chamamento de uma vida de amor em rota de sublimação. Serei louco, mas como o Arlequim que dança sobre os escombros de tudo o que não mais é e não como o Pierrot que tenta colar conchas do mar, chorando pelos restos de não mais.

2 comentários:

Anônimo disse...

Simplesmente BG, simplesmente humano,totalmente vc.

Fransérgio disse...

Essa descoberta do Arlequim , transforma nosso sangue em torrente de inclusão sóbria no mundo dos ditos vivos com corações e mentes agora não mais perdidos no universo do ser para existir , dançar com shiva e sentar ao lado dos deuses do Olimpo.