9.1.08

Renovar os votos com o futuro.

por Braulio Garcia.
Muito tenho escrito - mesmo em fragmentos, sobre o questionamento existencial consciente, que nada mais é que uma auto-análise que visa rastrear aonde estamos no tempo e no espaço, em que contexto e principalmente o que vêm depois, ou seja, as incertezas e indecisões. Chego a pensar que este tipo de atitude contemplativa é o que mantêm a humanidade neste mundo caótico, criado e transformado por nossas atitudes e arbítrio. Muito falamos sobre o Livre Arbítrio, a liberdade exclusiva do ser humano de decidir por seus caminhos sem interferências determinantes, exercitamos o nosso "poder de escolha" em vários momentos de nossa vida, seja quando escolhemos a cor de roupa usar até o que faremos profissionalmente, se teremos filhos ou não, se os educaremos desta e daquela maneira. Ao contrário do que pode parecer, livre arbítrio não é sinal de poder, de controle, mas pelo contrário, de aprendizado e total falta de controle sobre o destino.

Como disse, em vários momentos da vida nos são apresentadas opções, caminhos, alternativas, cada uma com seu brilho (prós) e suas trevas (contras), sendo que em muitas vezes, o equilíbrio destes fatores se estabelece e como um paradoxo puxa outro, neste caso o equilíbrio é fator de movimento, quebra de harmonia, ao contrário do que implica a palavra em um senso comum. Pois bem, quando nos vemos em uma chamada de decisão, as trevas de uma opção forem maiores que as da outra ou ainda o brilho de uma superior a da outra, a racionalidade resolve, o computador resolve, basta uma matriz de decisão com os prós e contras, fácil e simples. O problema faz morada justamente quando estes fatores se empatam, luzes (prós) e trevas (contras) de ambas as opções. A racionalidade falha, o computador decreta o empate e se estabelece o dilema de Drummond "E agora José?". Aí é que entra o verdadeiro exercício de livre arbítrio, a iniciação à maturidade emocional, em que o indivíduo tem que decidir livremente, por sua única vontade e responsabilidade o que fazer, aonde ir e por quais caminhos.

As decisões são parte estrutural do mundo adulto e os dilemas existem para nos fazer exercitar nosso amadurecimento, mas principalmente, nossa capacidade de assumir pontos de vista, tomar partido, emitir opinião e fazer escolhas. Se o ser humano fosse uma fórmula matemática e o destino traçado por padrões (principalmente os de repetição histórica) seríamos uma massa de replicantes sem opinião, porém, os dilemas estão aí, as encruzilhadas surgem quando tudo parecia certo, lógico e resolvido e nos força a rever conceitos, reprogramar rotas, alterar o ritmo da passada e isso é ótimo, pois o tempo passa e temos a tentação de endurecer em opiniões formadas e caminhos combinados, impedindo o fluxo natural da vida.
Rever conceitos, mudar de opinião, reconhecer erros e acertos é o que mantém a saúde emocional em dia e o fluxo de felicidade constante.

É preciso sempre rever os planos com o "eu" de amanhã, o que queremos e podemos ser.

Atualize seus sonhos, reedite sua felicidade sempre.

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Todos os direitos ao Autor.



2 comentários:

Alice disse...

também é sempre bom bater um papo com o "eu" de ontem, pra não deixar esquecer as coisas já vividas...
Bravo! Bravissimo! adorei o blog, os textos, os videos... os plufs os plaks e os pluns... vou tentar contribuir.
bacio

Anônimo disse...

Aprendi muito