8.3.11

Fração (A infância da esfinge*)



Na infância da esfinge, a loucura se travestia de criatividadde e, aos poemas tenazes, derrubava sabios e senhores de servos.

Ao desafiar os senhores das procelas de esquecimento, a esfinge devorou-se ao devorar a propria coragem e desfez o que ainda não tinha sido criado, a esperança da verdade inexistente, o mito da realidade.

Ao se apresentar aos fundadores do semblante da existência, propôs à Memorin que desfizesse uma grande corda de nos que a esfinge encomendara às moiras, que a teceram em sonhos, eis que a desenrola:

"- Devora-me que sou santo e como tantos quero em sol tecer o fogo e aos poucos devoro todos, na inclinação tentadora de sermos em mim o gérmem final, a pangéia das mentes, una orbe coletora da transformação dos mundos, no vazio dos sonhos de um universo vazado pela estética real do silêncio. Saibam-me portanto sua, como sei que minha somos"


E Memorin se opôs em meio passo, retaguarda reverente findada em base de contra-ataque e contrapôs:

- Suas palavras pra ouvidos experimentado soam pedido de poder e clemência, seja a vontade guia do seu destino, liberta sera fera magica, eterna, sera guardiã de seu proprio segredo, envolvida e cheia de si.





*Fragmentos de coisas dum apanhado de textos que reunidos formam uma pasta, e se fosse brochura ou espiral podia ser algo, mas em partes não seria considerado. 


A resposta é a mesma pra pergunta de se a carruagem seria o cavalo ou a roda, ou uma entidade manifestada como magia somente no momento em que todos os elementos se agrupassem atendendo à dinâmica propria dos mecanismos de tração. 


Que o termo 'em potencial' possa ser considerado, pois o potencial de ser carruagem distingue o cavalo da vagem.

Um comentário:

Tatiares disse...

surreal imerso em verdades.

belo belo


bjo