3.9.10

"Porque essa faca sobre a mesa corta, como te cortam os meus versos. Eu sei, eu sei eu sei,"

O estrangeiro é fadado a ser pra sempre, é uma escolha, quando se escolhe ser estrangeiro assume-se que a transitoriedade da vida não nos permite obter verdadeiramente a segurança e o acolhimento de uma pátria ou de um lar.

O estrangeiro deve aprender a se livrar do orgulho, camarada, assim na porrada! Tem ôto jeito naum sinhô.

O estrangeiro é estranho a todos e todos lhe são familiares, como uma grande massa viva, inerte e apática... E os outros estrangeiros, aos quais só se passam acenando porque tempo é sua fortuna.

Tempo pra pensar é essencial pra ser um mochileiro existencial, migrar de um plano prum projeto de corpo, depois do útero pra fora, do peito da mãe pra comida com a própria mão, o sair de casa e abandonar uma Era corajosamente e por último, se tiver sorte, se livrar do ideário doutrinatório da paternália cabeça dominante que domina culturalmente essa nossa américa latindo.

Já percebeu que aonde a culpa é mais aceita a gente é mais pobre? Que o medo anda algemado com a miséria?

Porque esse medo de processar o outro, acha que o outro é impuro e vai contaminar sua pureza? E essa mancha imensa no coração que não conseguem esconder nem na calada da noite em calabouços úmidos de penitência culposa pela liberdade possível.

O meu mundo inteiro é de agora em diante e em algum momento não me será mais possível dizer, então digo sim, digo agora, porque é o meu turno, a minha hora de triplicar meus talentos. E lá vai o outro a enterrar os seus e clamar: Senhor os enterrei porque és um senhor rígido e não queria tê-los perdido ao que o senhor lhe toma e dá ao que triplicou os talentos da amizade, "plantei-amigos-fiz". Vitória.

Porque é assim mesmo quero ser amigo mesmo de quem não quer ser meu e vivo bem assim até então. Me importa o que eu faço e você que voe.

Mas finalmente entendi, porque se tem algo em que sou bom é em olhar e buscar ver.

O estrangeiro está fadado a caminhar e quem caminha acumula amigos espalhados e dispersos.

O estrageiro é o seu coração quando é deixado falar. Se livrar do CALABOCA de costume que sempre estamos recebendo como tapas nos lábios, como se ninguém pudesse dizer nada, credo, essa dominação asfixiante e silenciosa.


O estrangeiro numa jaula é o coração na boca do dragão...





...Mas não se parece com um moinho esse dragão?







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