16.2.09

da difamação à ironia - Bem vindos à era de Aquarius.


É dito e reproduzido por vários cantos, que uma mentira repetida por várias vezes se torna verdade. O que observo é que isso realmente é uma verdade...

Quando se trata em descochambrar a credibilidade alheia o melhor do mundo é o brasileiro. É notadamente observado que nos valemos de estratagemas retóricos e joguetes espertalhescos de palavras para ter um ponto de vista provado e a nossa intensa capacidade - e na mesma proporção, a nossa intensa vontade, de manipular tanto a opinião, quanto a imagem do alheio.

Nós temos tradição e escola, a politicalha é anciã esperta e provedora das sementes desse passatempo ao nosso altaneiro e bem humorado povo brasileiro que não se fazendo de rogado, adora se vangloriar do quanto é safo e espertalhão.

O Presidente do país é a mascote dessa realidade cultural. Solta tiradas imaginativas e têm a clara e a “admirável” capacidade de desvirtuar argumentos que sejam contrários a si e aos seus. Mas – obviamente, antes “si” que “os seus”, como deixou claro no caso #mensalãozedirceu. Além de não saber de nada.

Pra mim o ácido que corrói a nossa dignidade brasileira é formado por bichos bem conhecidos da humanidade: Inveja, ciúme, cobiça, preguiça, soberba, luxúria e a gula. Porém, havemos de considerar obsoletas estas roupagens e etiquetas e olhando ao redor veremos as mesmas personagens, mas se utilizando aparatos sempre mais atuais de figurino e maquiagem.

Tente ver - por exemplo, o lodaçal que se tornou a blogosfera brasileira. Por trás de pessoas que escrevem bem, está o mesmo comportamento segregador dos músicos que sabem tocar bem e por isso crêem que os demais nem deveriam existir, quanto mais considerar a possibilidade de se associar a outros por causas realmente importantes para a sua classe profissional. Acontece o mesmo com os grupos/redes sociais, sejam virtuais ou não.

Para o leitor observador e crítico de si, dos seus e de seu tempo, posso dizer que sabemos que isso não é novidade, visto que essa franquia neandertalizada pertence aos grandes conglomerados de fundos financeiros de natureza especulativa, os carinhosamente chamados de Investidores.

O mundo hoje, salvo pouquíssimas culturas e raríssimas pessoas é a reprodução desse modelo funcional de eficiência apropriado pelas Companhias em que se deve pautar pela competição flageladora e canibal, se aproveitando do fracasso alheio para o humor e a auto-afirmação, assim como uma hiena se apropria da carne da caça dos leões.

Pessoal, já saímos da era das trevas do totalitarismo, por favor, saiamos todos das cavernas, o Bush já se foi, deixemos a agressão pela ignorância e nos apeguemos à ironia desruptiva criadora de novas realidades e paradigmas. Sejamos realmente bem vindos à era de Aquário.

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