6.1.20

MMM





"Há relatos de passageiros do futuro que afirmaram terem visto pessoas que somente perceberam que o mundo havia mudado quando as cinzas já adentravam pela boca. 

Estes senhores especiais contaram elegantemente, que a usura ainda era praticada, mas agora no aspecto marginalizado. 

Questionado sobre como se havia marginalizado a inconseqüência, riram e disseram que faltava um grande evento para que houvesse espaço na mente dos passadistas que pudesse agregar a informação. 

Sempre se sente excluído perto dessa gente, por isso eles andam nos becos no presente e no passado, pois não somente algumas vezes, foram perseguidos e mortos, o fim de povos evoluídos se explica por uma perseguição dos que não querem, nem deixarão que alguém evolua e force com isso as evoluções cognitiva e extra-sensoriais."


Do "Espaçograma Teluris"

1.9.16

A derrota dos camarões sonolentos


Sentindo um aumento dos níveis de estima que nutria por existir, Adamastor resolve se afastar da natureza contente das coisas.

Toda hora via passsar por si uma imagem sombria, um gigante barulhento lhe cobria um raio de sol que venceu a refração. 

Tinha perdido algum tempo com a verdade de estar sendo levado por essas substâncias alteradoras dissolvidas no sal do mar, refletindo mesmo. Querendo saber se a cada mudança de corrente poderia sumir ele dali pra algum lugar mais... mais... mais!

Grandiloquente e espirituoso, usava sua cauda forte pra tentar olhar o mundo mais reto e entender o que seria a sombra que lhe tirava a luz do dia. Ousava pensar que seria um novo fim, a oportunidade de um salto pra além e fora da poça enorme que lhe envolvia a existência.

A-da-mas-tor, estava escrito debaixo do casco de um barco logo acima de onde se encontrava o crustáceo reflexivo.

Serei alvo do fantástico? Saberia um pobre camarão que poderia pôr sentido naqueles símbolos pintados? Sabe-se lá como, sabemos que foi assim. E de repente descobriu-se o despautério de ser um camarão, não somente propenso à filosofia, mas também capaz de decifrar símbolos alfabéticos humanos.

Agora me chamo o som que surge dessas letras, Adamastor. Pois que se de grandeza meus sonhos se forram, serei aquilo que impede de ver o raio de sol vitorioso. Sou grande como um barco que tampa a fragilidade do raio de sol.

Vagava tranquilo pelo mar quando o motor iniciou seu funcionamento ruidoso. Todo aquele pensamento, porém, permanecia inerte, pesado como um tijolo no estômago. Adamastor ensaiava repetir o barulho do barco, mas além de bolhas eventuais nenhum som saia. 

Permanecia também a vontade de ser barco, e tampar o sol, e fazer barulho e vagar por sobre o mar pra variar.

Naquele momento avista seu grupo adiante, logo pra onde o barco tinha se mexido.

Vê a rede cair, vê a rede subir, não sobrou ninguém. 

 - Foram para o barco, se tornaram Adamastor antes de mim! Logo eu que tudo vi antes, pensou.

- Adamastor sou eu! Eles nem ler sabem!

Saiu cabisbaixo, se tivesse ficado no grupo, feito parte e pertencido, ao invés de vagar pensando sem destino, poderia ter se tornado barco e não teria sobrado como um Adamastor Wannabe.

B.G



15.1.12

Olhos por ouvidos

Session with // Prudeeff:

Maquinas e luzes: Pierre Gordeef

Saxofones: Matthieu Prual

As maquinas criadas por Pierre Gordeeff criam conexões hibridas entre o mecânico e a organicidade. Rizomas de cabos enrolados em motores, microfones, brinquedos, escovas de dentes e de cabelo... tomando vida pelas mãos seu reciclador.
Quebrados ou danificados, muitos objetos perdem seu status de utilidade e se tornam lixo... ou encontram Pierre Gordeef para criar uma estranha dança de som e luz.
Os sons murmurantes se tornam oportunidade para o trabalho com o saxofonista Matthieu Prual e convidam à improvisação.

Traduzido por: bg

24.9.11

AgitasPêra



°°°° Clareio meu grito do lado de ca
°°° Por padecer de vida felina
°° Vento ligeiro do lado de la
°levantando a saia da retina

°°Em tudo o que lhe mostro ainda vê
°°°O nada desta essência que se crê




"Embala pra viagem é pro cachorro"*






*mentira